Todo mundo sabe dançar.É claro que a mente barulhenta vai levar um tempo até se entregar. Vai nos contar que não temos ritmo, que é muito bonito quem dança, mas que não é para nós.Todas nós fomos criança um dia.É essa guria que precisa estar acordada, se permitindo soltar o corpo, sorrindo e brincando com os movimentos.Dançar é se permitir estar em si mesma. Visitando o mundo interno e externo.E assim, nosso corpo aprende que pode ir muito além.Nós podemos.💃🏽
Se a primeira forma de experimentarmos o mundo, a sexualidade, é através da boca... Como isso funciona quando ela já nasce seccionada?Não acontece. Temos aí um corte, não experimentamos o mundo. Não o degustamos.Daí, ao longo da caminhada, surgem oportunidades de se conhecer.Se entender melhor.A gente não muda o começo da nossa história. Somos ele.O que podemos fazer é trazer novos significados para aquela marca.Degustar uma fruta, sentindo o gosto, a textura, percebendo o que desperta ali.Degustar a vida, reconectar a essa energia sexual, essa energia vital, o prazer de viver.O caminho é longo e individual, mas não é solitário.Estar a serviço é isso, reconhecer a nossa história singular e fazer dela um ponto que conecta outras histórias.É ser canal. Ponte.Essa é a minha dança por aqui, reascender o fogo da vida, o meu e o de quem se movimenta comigo ao redor da fogueira. 🔥💃🏽
A Aurora chegou no primeiro dia de primavera, foi o verdadeiro raiar da minha vida.Ela escancarou a minha luz e colocou num outdoor bem visível todas as sombras que eu já tinha escondido bem direitinho.Fez eu olhar pro medo e pra ansiedade com uma maestria indescritível.Veio virginiana como eu.Ela foi planejada, muito sonhada essa pequena Mestra.O nosso parto foi indigesto.Eu estava tão imersa nas memórias que chegaram ali, na visita dolorosa ao meu nascimento, que não posso contar que tive amor a primeira vista.Que nosso amor nasceu nesse dia.O que eu posso contar é que me tornar Mãe foi o divisor de águas da minha vida.Nada mais ficou no lugar e eu fui deixando pra trás todas as certezas.Eu e a Aurora construímos juntas uma relação de confiança, segurança e amor.Ela é o amor mais visceral que já senti.É uma relação cheia de tropeços, erros e dores também.É ela quem me tira da dureza, quem me faz dançar a vida. Dançar a minha dualidade.Ela é o convite diário para que eu cuide da relação com o meu próprio corpo. É assim que ela aprende.Ela conhece meu olhar mais amoroso e o mais pavoroso também.Eu sou a melhor mãe que posso ser pra ela.Não de um lugar acomodado.De um lugar de quem tá sempre tentando ser uma pessoa melhor.Humana.Como toda Mãe.Minha filha me faz renascer em cada nova fase dela, em cada momento que juntas construímos nosso amor.Ser Mãe me fez enxergar a mulher que é a minha Mãe. A humana que é a minha base.Que é tão Divina e tão aprendiz quanto eu.💙
É nos experimentos corporais que a gente se descobre parte de algo maior do que nós mesmas. Esse corpo é nossa casa por aqui, por um tempo limitado.E só quando ele adoece ou leva uns sustos é que lembramos da importância dele. Não foi na faculdade de educação física que tive a oportunidade de olhar pro corpo de forma mais ampla.Foi desde que cheguei por aqui. Durante um tempo, eu brigava com as cicatrizes no meu lábio. Brigava com algumas torções que já tive no pé (e tô numa delas).Briguei até com a minha cesariana, que é a cicatriz mais importante da minha vida. Aquela que abriu alguns portais para que minha filha chegasse e ampliasse minha visão de mundo.Tudo isso sou eu. Minha história aqui. Nunca soube muito bem o que realmente vim fazer por aqui, já abandonei esse corpo em nome de um lado mais mental.Mas tenho a impressão de que meu caminho mais importante é esse de estar viva, presente no meu corpo.No agora, que é o único que existe.Experimentando as sensações.E aproveitando a grande beleza que é poder respirar fundo.Principalmente nos dias de hoje. Cuidem desses corpos, dessas antenas maravilhosas para a energia do Universo.💙
"Busco a melhor forma de falar o que eu sinto e não te confundirSó Deus sabe o quanto eu me esforço pra me fazer entenderÉ que aqui dentro temUm coraçãoQue voa longe e não tem onde pousarVem ser meu larLar é onde o som da tua voz me chamaNão se pode amarrar uma cigana."Lara Rossato Somos duais.Quanto mais tentamos abrir um sorrisinho quando na verdade estamos ardendo por dentro, mais nos espedaçamos. Mergulhadas no nosso sentir, no silêncio, conseguimos ouvir o que o corpo tem a contar.Juro que disfarço bem pra mim mesma, até que meu corpo alerta.Até que vem uma baita lunação e mostra que realmente não sei é de nada.Só consigo sentir compaixão pela condição humana quando me olho inteira.Luz e sombra.Dia e noite.Parece que coragem e vulnerabilidade andam juntinhas.Não adianta tentar disfarçar. Que começo de ano ein?Respiremos, movimentemos esses corpos que são nosso veículo Sagrado dessa existência que é um sopro.🤍💃🏽
Só me dei conta da minha fragilidade emocional no fundo do poço do meu puerpério.Perdi minha vitalidade e o tesão pela vida.Precisei arrumar força. Afinal, tinha nos meus braços a minha filha. Tão sonhada e tão cheia de vida.Apesar de ter bastante intimidade com o meu corpo, me vi uma estranho o habitando.A depressão foi um grande convite a descer nas profundezas do meu ser.Assumi a responsabilidade pela minha saúde.Fui chamada pela dança, não aquela coreografada, mas aquela livre e fluida.Dancei com a minha filha.Dancei em frente ao espelho.Consegui reconhecer os meus ritmos e admirar os meus novos passos.Na prática, descubro que o corpo nunca mente. Ele mostra aquilo que nem sempre está na nossa consciência. Ele vive no momento presente.As investidas da mente nos levam a lugares distantes da nossa alma.E quando direcionamos a atenção de volta ao corpo, somos conduzidas de volta ao centro.Não existe caminho único, nem fórmulas prontas.Mas temos o melhor oráculo, nosso fiel companheiro do início ao fim, o corpo..Aline Pinton é educadora física e estudiosa do corpo em movimento. Nossa parceira em cursos e jornadas que falam do amparo ao nosso próprio corpo — e alma. Em breve estará aqui com novidades.